Sobrevivência dos mais ricos: Poderia uma classe de elite de SUPER-HUMANOS atualizar seu caminho para a imortalidade?

Se você tivesse uma visão ruim, você usaria óculos? Se você perdesse uma perna, você receberia uma prótese? Se um de seus órgãos falhasse, você faria um transplante?

E se você quisesse visão de 360 ​​graus? Você teria um olho implantado na parte de trás de sua cabeça?

Os humanos usam a ciência e a tecnologia para melhorar sua vida há séculos - é uma das coisas que nos diferencia do resto dos animais do planeta.

Em sua maioria, esses esforços foram limitados por nossa compreensão da condição humana e pelo que consideramos normal e natural.

Mas e se, em vez de apenas consertar as coisas quando elas dão errado, pudéssemos melhorar o que a natureza nos deu?

Esta é a pergunta que impulsiona o movimento intelectual e filosófico conhecido como Transhumanismo, que vem ganhando ritmo em todo o mundo.

Os transumanistas acreditam que a humanidade pode evoluir além de suas atuais limitações físicas e mentais para se tornar sobre-humana e, eventualmente, imortal.

Ascensão dos ciborgues

Talvez o transumanista mais proeminente seja um homem chamado Zoltan Istvan , que atualmente está concorrendo à presidência dos Estados Unidos, como líder do Partido Transhumanista.

Zoltan Istvan é líder do Partido Transhumanista nos EUA

Istvan acredita que as pessoas têm o direito de modificar seus corpos da maneira que quiserem - desde que essas modificações não prejudiquem mais ninguém.

Além disso, ele acredita que as pessoas podem se dar vantagens significativas na vida atualizando seus corpos usando a tecnologia.

Se você aparecer para trabalhar e seu amigo pedreiro agora tiver braços robóticos e ele puder carregar cinco vezes mais do que você pode, ele será promovido mais rapidamente. Portanto, essa ideia de fusão com máquinas está se tornando mais evolutivamente razoável, disse ele.

Em 15 a 20 anos será muito comum alguém dizer: 'Eu fiz um upgrade no meu braço, e estou feliz com isso, e estou procurando o próximo modelo', mais ou menos como procuramos o próximo modelo de iPhone.

Pode parecer coisa de ficção científica, mas não é tão implausível quanto parece à primeira vista.

A partir de membros biônicos para chips implantados nas mãos das pessoas que lhes permitem controlar o ambiente ao seu redor, já existem muitos exemplos de pessoas que ganharam poderes sobre-humanos com a ajuda da tecnologia.

O empresário bilionário Elon Musk chegou a falar sobre algo chamado 'renda neural', que permitiria que as pessoas conectassem seus cérebros a uma rede de inteligência artificial para acessar instantaneamente informações online.

Todo mundo diz que o corpo humano é magnífico. Não é nada disso. A biologia é um sistema incrivelmente frágil. Não há uma pessoa sensata que não acredite que um robô vai correr 100 vezes mais rápido que um ser humano, disse Istvan.

As máquinas serão sistematicamente melhores do que nós em tudo o que fizermos - incluindo o trabalho - e é por isso que temos que nos integrar a elas ou ficaremos para trás.

Edição de genes

Não se trata apenas de nos transformarmos em ciborgues. Os cientistas receberam recentemente o luz verde para realizar testes em humanos do ferramenta de edição de genes conhecida como CRISPR .

O CRISPR já está sendo usado para cultivar órgãos humanos para transplantes em porcos e para desenvolver embriões de 'quimera' meio-humano e meio-animal que poderia tratar doenças. Acredita-se que a técnica possa até ser usada para eliminar certos tipos de câncer.

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Istvan acredita que o CRISPR poderá em breve ser usado para biohacking - um tipo de cirurgia estética projetada para tornar o corpo humano melhor, mais forte e mais eficiente.

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'Tenho amigos que querem deixar crescer um olho na nuca. Parece loucura, mas na verdade já houve algum sucesso com o cultivo de algumas dessas coisas, e não é tão complicado conectar algo ao nervo óptico”, disse ele.

“A questão, claro, é a percepção, e como isso mudaria sua visão visual. Mas ainda assim, acho que a biologia está a apenas três a cinco anos de nós podermos pelo menos começar a experimentar esse tipo de coisa e ver se funciona.'

Alcançando a imortalidade

Alguns transumanistas acreditam que tecnologias de edição de genes como CRISPR poderiam eventualmente ser usadas para retardar ou mesmo prevenir o processo de envelhecimento.

A questão dos genes é que eles são responsáveis ​​por gerar cada geração sucessiva de células para manter nossos corpos funcionando, disse Steve Fuller, professor de sociologia da Universidade de Warwick, que debateu a questão com Istvan na recente Brain Bar Budapeste festival.

Mas com o passar do tempo, essas células se deterioram - então é como ter um xerox cada vez mais pobre - e é assim que envelhecemos e nos debilitamos.

Mas é claro que temos uma boa compreensão da bioquímica por trás disso. Então, em princípio, poderia ser possível deter ou até mesmo reverter esse tipo de processo de envelhecimento no nível genético.

Por meio de uma combinação de robótica e avanços na edição de genes, está se tornando cada vez mais provável que, em questão de décadas, os humanos possam prolongar sua vida útil indefinidamente.

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Istvan, como parte de sua 'Declaração de Direitos Transhumanista', afirma que o envelhecimento é uma doença e que deveria haver um direito universal à imortalidade.

(Imagem: Getty)

Não estamos dizendo que você tem que viver para sempre, estamos apenas dizendo que queremos a escolha, disse ele.

É uma loucura que vivamos sob esse espectro da morte, e que a morte seja ‘natural’. Não há mais nada natural no planeta Terra. Tudo o que não podemos fazer, chamamos de natural, mas mudamos isso o tempo todo como seres humanos, à medida que pegamos ferramentas e exploramos o universo.

Então, estamos tentando fazer com que as pessoas vejam a morte como algo que também não é natural. É apenas algo a ser superado. É apenas um grande obstáculo gigante no caminho para se tornarem seres humanos divinos.

Atualizando seu cérebro

Enquanto muitas pessoas acham a ideia de ficar com 30 anos para sempre muito atraente, não adianta ter um corpo jovem em forma se o seu cérebro continuar a se deteriorar.

Istvan admite que o cérebro é 'o organismo mais complexo de se lidar', mas afirma que os avanços na tecnologia de células-tronco podem um dia permitir que as células cerebrais se regenerem.

Ele também acredita que eventualmente será possível para as pessoas 'carregar' seus cérebros em um computador e continuar vivendo dessa maneira.

Enquanto isso, Fuller fala sobre um ramo do transumanismo chamado neurocosmotologia, que se baseia na ideia de que, ao tomar algum tipo de coquetel de drogas, você pode periodicamente 'aumentar' seu cérebro, para que possa funcionar muito mais efetivamente.

Embora isso possa parecer desejável para alguns empregadores, que querem ver seus funcionários trabalhando a todo vapor, isso põe em questão a ética de permitir que as pessoas melhorem artificialmente seu desempenho intelectual.

De acordo com Fuller, isso não é diferente de atletas como Lance Armstrong tomando o hormônio EPO para estimular a produção de glóbulos vermelhos e aumentar a capacidade do seu corpo de transportar oxigênio - melhorando assim sua resistência.

Lance Armstrong (Imagem: Getty)

“Acho que os escândalos de doping esportivo são a ponta fina de um problema que toda a sociedade acabará enfrentando, no que diz respeito às condições sob as quais as pessoas são vistas como competentes em tudo o que estão tentando fazer”, disse Fuller. .

“No momento, as pessoas que se submetem à neurologia cosmética são tipicamente pessoas que trabalham na cidade. O tipo de pessoa que precisa ser afiada e rápida”, disse ele.

'Uma vez que essas coisas realmente tenham algum tipo de impacto em afetar o desempenho contra outras pessoas, muitos dos mesmos problemas que surgem com o doping esportivo surgirão com isso.'

A nova divisão de classe?

Além disso, há a questão de quem será capaz de se tornar um super-humano.

Tal como acontece com outras cirurgias estéticas, é improvável que esse tipo de procedimento médico seja oferecido no Serviço Nacional de Saúde, portanto, provavelmente será restrito a um grupo de elite de pessoas super-ricas.

O filme Sem Limites mostra como a vida poderia ser se 'ligássemos' nossos cérebros

Fuller alerta que o transumanismo pode acabar exagerando as desigualdades que já existem na sociedade, em que apenas os ricos têm acesso a tecnologias que lhes permitem pensar melhor e viver mais.

'Digamos que eu seja um cara rico que toma algum tipo de droga experimental que é ilegal de outra forma. Digamos que não vai bem. Eu provavelmente posso me dar ao luxo de me curar. Então, o fato de ter consequências negativas não me afeta muito”, disse ele.

'Minha opinião é que é inevitável que as pessoas mais ricas tenham acesso a essas coisas, mas acho que a chave é que elas sejam abertas e relatem publicamente os resultados do uso dessas coisas.'

Isso permitirá que serviços de saúde pública como o NHS comecem a redesenhar os limites em torno do que significa viver uma vida 'normal' e quais cuidados médicos relevantes são necessários para isso.

“Assim, por exemplo, as pessoas recebem óculos porque ser capaz de ver corretamente é considerado uma parte normal da vida como seres humanos, mas podemos precisar expandir isso para incluir alguns desses outros tipos de tratamentos com medicamentos e próteses, ' disse Fuller

Istvan concorda que existe o risco de o transumanismo levar à desigualdade. Um coração robótico, por exemplo, custa atualmente cerca de US$ 200.000 – o que significa que apenas uma pequena proporção de pessoas no mundo poderia comprar um.

(Imagem: Getty)

No entanto, ele acredita que, à medida que essas tecnologias se tornarem mais utilizadas, o custo diminuirá, tornando-as acessíveis a mais pessoas.

“De jeito nenhum eu permitiria um sistema em que apenas os ricos pudessem se dar ao luxo de aumentar a inteligência de seus filhos. Essa é uma vantagem totalmente injusta', disse.

'Haveria subsídios governamentais criados ou coisas dessa natureza para garantir que todas as classes de pessoas tivessem acesso a alguma coisa.'

No entanto, do ponto de vista de Istvan, o desafio mais urgente é convencer os cristãos do meio-americano conservadores a abraçar o progresso científico e tecnológico como parte da evolução humana.

“A religião formal judaico-cristã é diametralmente oposta ao transumanismo em um nível filosófico muito fundamental. Eles simplesmente não querem nada do que estamos tentando dizer”, disse ele.

'Eles estão tentando dizer que você deve ser humilde, você deve permanecer humano e estar preparado para morrer e encontrar seu criador no céu, e também que você nasceu em pecado.

'Os transumanistas acreditam que nascemos para nossa própria grandeza, para persegui-la, através da tecnologia, para nos tornarmos o máximo que pudermos, para superar a morte para que nunca tenhamos que perder nossos entes queridos.'

Keanu Reeves em Matrix Reloaded (Imagem: REX/Shutterstock)

Istvan e Fuller reconhecem os riscos e medos associados ao transumanismo.

O espectro dos programas de eugenia durante a era nazista na Alemanha ainda pesa sobre esse tipo de experimentação humana, e Hollywood não fez nada para aliviar nossos medos, com filmes como O Exterminador , Transcendência e O Matrix .

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No entanto, Fuller afirma que as pessoas precisam se tornar mais liberais em suas atitudes para abraçar as oportunidades que o transumanismo apresenta.

'Houve uma quantidade incrível de cautela em torno da experimentação, em relação a essa terapia genética mais aventureira e coisas assim que poderiam transformar radicalmente a condição humana', disse ele.

'Precisamos repensar sobre isso. Talvez nossa ética de certa forma precise ser muito mais precavida do que somos atualmente. Precisamos viver em uma sociedade que esteja disposta a abraçar muito mais riscos nesse nível.'

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